Do imaginário de muitos estrangeiros talvez ainda surjam as mulheres portuguesas de bigode, matarroanas até mais não, ao lado do seu marido à lá Zé do Pipo (por andar sempre de nariz vermelho causado pelos maus vinhos). Talvez, mas não sei ao certo. O que sei é que a imagem que cada vez mais tentamos passar sobre este imenso “nós” português nada tem a ver com isto.

Falo de uma coisa tão simples e que todos nós procuramos de cada vez que viajamos para um país diferente do nosso: as lojas de souvenirs. Porquê? Porque nelas se reflecte a imagem que desejamos “vender” aos que nos visitam, ou a imagem que sabemos de nós. As tipicazinhas lojas de recuerdos onde apenas encontramos o very tipical de cada país, mas também very piroso e aborrecido, podem ser um cartão postal envenenado e pouco representativo da imagem de um país.

Em Portugal têm surgido conceitos muito interessantes que permitem mostrar um país mais moderno, descontraído, colorido, acessível, sexy, cool, mais aberto ao mundo, criativo e sem nunca perder a essência ou as origens mais vincadas daquilo que é tipicamente português. As várias roupagens que o Galo de Barcelos tem assumido são prova disso. Até o Santo António e a Nossa Senhora já usam tons diferentes (azuis fortes, vermelhos garridos, amarelos brilhantes). Somos o que sempre fomos, mas agora brilhamos mais.

Marcas como a Lisbon Lovers, a Aljezur SW Portugal, a Zargo demonstram que há uma vontade enorme de mostrar um Portugal interessante e de o tornar cativante.

Há um desejo de mostrar um Portugal novo.

Esqueçam lá as mulheres de bigodes, se faz favor.

(Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)