Não é de todo o sítio mais comum para se ter uma conversa de café. Não a meu ver, mas na concepção de quem trabalha na segurança social a coisa parece que encaixa bem.
Não esperei muito para ser atendida pois deveriam estar à minha frente umas 6 pessoas. Chamam o meu número, digo ao que vou, pago o que tenho a pagar e quando estou a arrumar os troquinhos na pochete… começa o blá blá blá… então, o que é que a Raquel faz? E de onde é?… sabem aquela sensação de… tenho mais que fazer e não me apetece dar conversa a esta criatura! Pois… mas como estava num habitat um tanto ou quanto particular, resolvi entrar na experiência de dar conversa ao simpático funcionário da segurança social.
Diz ele: “Conheço muito bem a sua terra, a minha ex-mulher era de blá blá. E conheço Portugal como a palma da minha mão. Açores e Madeira. Sabe, eu era mecânico de aviões nos Açores, vivi lá durante muitos anos.”
Flash no meu pensamento… e como é que esta criatura veio parar aqui? À tesouraria da segurança social?!! Pois… tesouraria requer muita mecânica!
Continuei a ouvi-lo: “E esta sexta, vou agarrar na mota, e vou até ao norte com uns amigos meus! Adoro o norte! É bem mais bonito que o sul! Blá blá blá… e assim foram 5 longos minutos (pois que 5 minutos na segurança social parecem 50 longos minutos)… de árduo trabalho de tesouraria!
Sempre que vou à segurança social, trago “mimos” de lá! No mês anterior trouxe o grito desesperado de um funcionário cansado a dizer às colegas que ia fechar a caixa para ir tomar um café. Tadinho.
Confesso que ainda me é difícil “transformar” a segurança social em algo produtivo! É-me difícil sentir nas suas gentes o árduo empenho de quem está ali para dar o seu melhor e despachar trabalho de forma produtiva e competente. Não consigo! Ainda não consigo… mas estou aberta ao esforço de uma nova visão da coisa! Explorarei!
No próximo mês que “miminho” irei eu trazer!?
(Texto de: Raquel Félix/ Portugalize.Me)