O trabalho da Agostinha é vasto e diverso. Feito em modo de investigação pessoal, na procura dos vários rostos e identidades do povo português, Agostinha recria com delicadeza o que de delicado a tradição portuguesa tem. Mais do que resgatar memórias, Agostinha vinca o seu cunho pessoal em cada trabalho que faz, grava-lhe o seu nome, tipicamente português.
O projeto dos corações de filigrana em gesso perfumado surgiu em dezembro de 2011 e, desde então, Agostinha tem vindo a aperfeiçoar a estética, os materiais e as técnicas utilizadas na elaboração de cada peça. O material utilizado para a produção dos corações de filigrana é gesso com adição de pigmento e essência durante o processo de execução. Este material torna a peça mais barata, mais leve sem que com isso perca qualidade e beleza.
O popular transforma-se nas mãos de Agostinha, e é desta forma, de “coração nas mãos”, que ela dá continuidade à identidade colectiva de um povo.
O passado não é estático, ele avança com pessoas como a Agostinha.
“Há quem diga que todo o motor de desencadeamento do meu trabalho é a palavra memória. Eu digo que é apenas a Agostinha.” (Agostinha)
(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagens: Agostinha)