Antes, havia um supermercado e nele, vendia-se um pouco de tudo. Todo o tipo de gente entrava e saía. Nem sempre se ía para se comprar. Por vezes, entrava-se para se deixar um bom dia, apenas isso. Atirava-se ali mesmo desde a entrada. Empurrava-se a porta e lá ía a saudação, sorrateira, bem intencionada, amistosa, verdadeira.

Antes havia um supermercado e nele trabalhava-se de sol a sol. Agora, que já não há um supermercado, os dias ganharam um novo ritmo. Mais calmo, tranquilo, com tempo. E foi desse tempo que se fez novo projecto, nova tarefa.

E assim nasceram as almofadas Nino. Coloridas, fofas, alegres, feitas pelas mãos de alguém muito especial, a minha mãe. Chamada de Nino pelas irmãs e irmãos mais velhos. Nino de pequenina, de mimosa, de mais nova, como o projecto em si (é mesmo nino!).

O trabalho manual sempre acompanhou a Nino, bem como o fascínio pelas rendas e pelos tricots. E há sempre tempo para deitar as mão à obra, seja numa hora vaga (que agora são mais que muitas) ou num lusco-fusco antes de ir dormir, porque o ritmo mudou.

Agora, que não há supermercado, as mãos dedicam-se a outras obras. Deixaram o teclado da máquina registadora, as tripas do peixe, a máquina dos preços, os sacos de pão. Agora há lã, algodão, agulhas, linhas, cores, fechos e uma arte que não se esgota e dá vida a muitas casas portuguesas.

Se quiserem uma almofada colorida, é só pedir. Eu falo com a Nino num instantinho e depois, é mandar vir.

Material usado: algodão ou lã, enchimento e tafetá. Fazem-se tamanhos diferentes mediante encomenda. O valor varia mediante o tamanho, bem como o prazo de execução.

Para mais informações e encomendas: Raquel Félix (raquelvalongofelix@gmail.com)

(Texto e imagens: Raquel Félix – Portugalize.Me)