Vivemos tempos de difícil relação com o trabalho. Para muitos, trabalhar já não é tanto um projecto de vida mas, o que vai surgindo, uma espécie de um, dó, li, tá.

Li há bem pouco tempo no jornal Expresso, que 65% dos portugueses estão desmotivados com o trabalho que têm. Razões? Muitas, demasiadas, extensas.

Este é o lado triste e escuro da questão.

Gostar do que se faz e fazer do gosto dos outros o seu próprio gosto, o seu projecto, faz brotar uma lado claro, mais soalheiro da questão do trabalho. O Ricardo e a Rita LIDA(m) assim com o seu trabalho e procuram no espaço de muitos as histórias que nos levam a acreditar que trabalhar é criar, fazer grande e ser-se ainda maior a partir do que se faz e se vai fazendo.

O projecto LIDA fala de pessoas, dos seus espaços de trabalho, das relações com os mesmos, de histórias, de pessoas, de sonhos, de gostos, de conversas, de pessoas, de pessoas, de pessoas…

Um dedo, dois dedos de conversa ou talvez mais. Assim se expõe o criador, o amante da sua “arte”. A porta abre-se ao Ricardo e à Rita e eles, deixam-na aberta para nós, para que possamos saber e compreender que há dias claros, que ainda é possível sonhar e pensar que trabalhar é bom e alimenta a alma.

Ainda há lugar para a grande questão da vida e que tantas vezes colocámos a nós próprios quando éramos mais pequenos: o que é que eu quero ser quando for grande?

(Imagens: LIDA; Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)