Sobe-se a Rua da Rosa, ali para os lados do Bairro Alto em Lisboa, para quem não conhece. O dia revela-nos um bairro diferente da noite, mostra-nos os habitantes, os lojistas, outras cores, outros sons. As portas abertas são outras. Padarias, mercearias, cabeleireiros, lojas vintage, roupa, calçado e uma pequena fábrica de chapéus.
A Fábrica dos Chapéus é um paraíso para todas as cabeças que desejem este elegante acessório. A oferta é muito variada e o mais difícil é conseguir escolher apenas um chapéu no meio dos mais de 1000 modelos que a “fábrica” oferece.
O chapéu democratizou-se com os tempos e se antes era um diferenciador de classes sociais, nos dias de hoje, ganha a dimensão de uma arte, de um ofício minucioso e de paciência que se pretende para todos, sem excepção. Chapéu de palha, feltro, cartola ou de coco, boina portuguesa, gorro ou boné, todos têm uma cabeça como destino.
A vontade de uma família e o gosto pelos chapéus, fez deles mestres chapeleiros a tempo inteiro no Verão de 2008. O sucesso do negócio tornou-se mais claro este mês com a abertura de uma segunda loja. As cabeças querem chapéus, querem-se mais aconchegadas.
Portugal não é um país de grandes indústrias, o seu tecido empresarial é de pequena dimensão. O familiar caracteriza-nos o que não significa que seja coisa menor, muito pelo contrário, negócios como a Fábrica dos Chapéus, que exportam uma parte significativa do que produzem, são a força anímica, o motor da nossa economia. A grande dimensão pode ser o “ouro de tolo” de muitos que desejam o lucro fácil e imediato.
A Fábrica de Chapéus não é de grande dimensão. Não tem áreas de perder de vista ou milhares de funcionários, mas tem o Luís Barbosa, chapeleiro dedicado e com olho para um negócio consistente, sustentável, persistente.
Bem hajam as “Fábricas dos Chapéus” do nosso país!
(Imagens: Fábrica dos Chapéus/ Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)