A história do Toino Abel é tão bonita que merece ser contada.
Reza assim…
“Ao meu avô chamavam-lhe de Toino Abel. Creio que Toino porque era António e Abel vinha de seu pai. O filho de seu pai, o António do Abel. Já eu quando era criança chamava-lhe de Avô Careca. E porque este avô careca me foi tão querido lembrei-o nesta empresa.
Na verdade era o pai de minha avó que fazia cestas. José Custódio Barreiro. Agricultor, homem de negócios à altura e à escala. Lembro-me de o meu avô contar que ele nunca trazia o carro, de bois, vazio. Se ia a Vila Franca entregar cestas trazia melancias na volta. E isso na minha apreensão de menino tornava-o um homem sábio. Tratava-se de comércio.”
Há mais história, personagens e cestas, muitas cestas que fazem parte do meu imaginário de criança pois era com as cestas do Toino Abel que fazíamos os piqueniques lá na terra ou que serviam para levar os brinquedos para a praia, na altura das “férias grandes”.
Queremos que a história do Toino Abel continue por tempos indeterminados mas, para isso, é preciso preservar e acarinhar o conhecimento destes velhos e valiosos artesãos.
“Todo este processo está ameaçado a acabar. Não há artesãos jovens que queiram aprender este trabalho e mesmo a apanha do junco no sul de Portugal, também ela perfeitamente manual, não encontra mãos novas. Mas antes que isso aconteça eu gostaria de partilhar e valorizar esta bela parte da minha herança cultural consigo.” (Nuno Henriques)
Ai Toino Toino…