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Conheci o abade há relativamente pouco tempo. Costumo dizer que sou mais de salgados do que de doces, daí o encontro ter sido recente, mas divinal! Olhamos para o abade com uma certa cautela, porque o seu lado divino lembra-nos a gula, pecado colossal da boa mesa portuguesa, mas que qualquer Santo perdoa. Também foi desta forma que, com muita cautela, provei o pudim de Priscos.

Receosa que a primeira colherada me trouxesse arrepios e caras feias provocados pelo excesso de doce, Priscos surpreendeu-me! E foi a partir desse momento que passei a introduzir um “quê” de doce no meu lado mais salgado. Abade de Priscos conquistou-me.

Podemos dizer que o pudim Abade de Priscos, famoso entre os portugueses, tem uma textura genuína. O pudim não é somente o seu sabor, o seu aspecto porque a sua delicada textura dá-lhe uma particularidade única que deve ser preservada e que faz dele o pudim que é.

A pensar na preservação das qualidades do pudim Abade de Priscos, a Doçaria Cruz de Pedra, fundada em 1922 pelo Mestre Pasteleiro António Xavier Martins, criou uma inovadora embalagem de cortiça que permite ao Abade viajar mundo fora.

A Doçaria da Cruz de Pedra, com residência na cidade de Braga, tem uma história de saberes que atravessam já quatro gerações da mesma família e que lhe têm valido, há três anos consecutivos, o reconhecimento da Confraria Gastronómica do Abade (instituição responsável pelo concurso nacional deste pudim).

A nova embalagem de transporte (térmica em aglomerado de cortiça reciclada, 100% ecológica) faz lembrar os tradicionais “tarros” alentejanos (também eles muito amigos do doce e do salgadinho). É de salientar que todas as embalagens são etiquetadas com a descrição do produto em braille.

De Priscos para o mundo, assim anda o Abade mais conhecido de Portugal.

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(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagens: Doçaria Cruz de Pedra)