Quem não conhece uma Maria? Na minha família perdi-lhes a conta. Maria combina com tudo. Maria disto, Maria daquilo e o célebre dizer, Maria vai com as outras. Maria é mulher mas, Maria é também lugar.

A Maria Zimbro não é uma pessoa, são várias, do tipo inquieto que levam outras consigo. A Maria Zimbro é a Ana Luís Bogalheiro, é a Elisa Bogalheiro, mães criadoras deste conceito. Deram-lhe nome, deram-lhe casa e todos os dias a “alimentam” com projectos e sonhos de outros, que também são os seus.

Maria Zimbro é da Covilhã, cidade no interior norte de Portugal, próxima da Serra da Estrela. Se nos últimos tempos temos ouvido falar desta terra por obra e graça de um tal Data Center, mais ouviremos, mas por obra e graça de pequenos mas grandes projectos que se vão fazendo por ali porque a Maria Zimbro é também ela uma espécie de Data Center de ideias, de projectos de artes e artesãos portugueses.

A casa da Maria é ponto de encontro entre tradicional e contemporâneo. A Maria é assim, casamenteira e tenta, sempre que pode, casar os dois. A Maria não se quer museu nem montra estática, quer-se tangível, acessível, sempre de porta aberta. Ela gosta do entra e sai, do movimento das pessoas, das que trazem e das que levam.

A porta da Maria abre-se também ao “lá fora”, porque as ditas assimetrias entre litoral e interior do nosso país, que por vezes vincam as dificuldades de acessibilidade e de divulgação, não são barreiras para a Ana Luís e para a Elsa. Exemplo disso está na iniciativa que desenvolveram em Berlim, entre 22 e 29 de Junho de 2013 com a 1ª Mostra de Artesanato Urbano Português em Berlim, onde dezanove artistas, designers e novos criadores puderam mostrar e divulgar os seus trabalhos.

Se não conhecia uma Maria, agora passa a conhecer, esta é bem especial pois traz-nos coisas especiais e faz acontecer.

(Imagens: Maria Zimbro, Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)