O Portugalize.Me é mais do que blog, é um exercício de curiosidade sobre o meu país. Da mesma forma que assumi este exercício, convido-vos a fazer o mesmo, como tal, peço-vos que apurem os sentidos e agucem a curiosidade pelo nosso país. Escutem, olhem, sintam e perguntem: “O que é que eu sei sobre ele? Que relação tenho eu com ele?”
Porquê falar de um país? Para quê?
Sem raízes, um país sucumbe à sua própria desidentificação, a uma memória desidratada sem conexão com as histórias e os costumes que o compõem.
Os variados esforços de unir e requalificar este “lugar memória” de que vos falo, resultam do trabalho inesperado de novos e velhos que procuram o “substrato” da terra que habitam. E são tantas as gentes que o procuram fazer. Falta-nos por vezes a verdadeira noção de tudo isto.
Acredito que é desta forma que as várias camadas que compõem a vivência de Portugal se voltam a tocar e a integrar, porque a camada seguinte não suplanta a anterior, pelo contrário, acrescenta-lhe algo para que esta última se torne ainda mais viva, mais rica.
Ao que muitos chamam de parolo, ultrapassado, fora de moda, obsoleto, pequeno… outros chamam de arte maior, identidade e especificidade de uma região, riqueza de um país.
Foi desta forma que descobri que há uma mão cheia de portugueses, aos quais faço questão de chamar “respigadores” de memórias, que procuram fazer da nossa essência um negócio respeitável, um livro, um objecto, coisas novas.
Há outra mão cheia de portugueses aos quais faço questão de chamar “transformadores” de processos, que nos surpreendem pela voracidade e ousadia da sua criatividade que chamam a atenção de quem nos olha de fora. Olhar este que nos confere um lugar de existência num mundo dito globalizante.
Desta forma pergunto curiosa: Quem é Portugal? Respondo com histórias… umas vindas da infância, lugar inicial de todos os processos, outras vindas da rua, da fala de terceiros, ou das mãos de fulanos/as e sicranos/as…. tenho tanto para vos contar…
Era uma vez um Portugal…