Por esta altura, já toda a gente viu a Gisela (Gisele como lhe chamam no vídeo) João a cantar com a Joss Stone – se não viram está lá para baixo – e já muitos comentaram que aquilo é o que, desportivamente, se chama uma abada.
É que até ajuda a esquecer o malfadado Mapa Cor-de-Rosa e o ultimato que se lhe seguiu. Ou aqueles dois golos de Bobby Charlton em 1966. Ou aquela insistência em mandar o refugo para as nossas estâncias balneares a sul todos os anos. O que a Gisela fez, ainda por cima a convite da própria cantora britânica, foi reviver tempos como o penalty que o Ricardo defendeu sem luvas no Euro 2004, isto nos primeiros versos, e depois quando a canção avança para territórios mais dramáticos, foi lá e marcou o penalty ela própria.
Eu gosto da Joss Stone – mais por parecer ser uma miúda simpática do que pela música – mas aqui até tenho um bocado de pena dela.
É que não é para todos. Aliás, quem tem ‘dois dedos de testa’ não se vem meter nisto do fado. Mas pronto, isto vale o que vale e que bom que a Gisela João não tenha cedido nem um centímetro de relva no que toca ao sentimento. Mas gostava, porque era mais justo para a pobre inglesa que o máximo que dá são uns uhs e uis de olhos fechados, que a fadista tivesse atacado um ‘Super Duper Love’. Ou então não, que a Stone ainda saía mais massacrada da coisa e com ela, o orgulho inglês, que já anda pelas ruas da amargura (outra coisa em que também somos profissionais).
(Texto: Rita Tristany Barregão para o Portugalize.Me)