Archives For Raquel Félix – Portugal faz-se de histórias

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De ano para ano, os Santos parece que chegam com mais força, mais garra, mais ânimo! Já não é somente coisa de rua ou coisas de Alfama, Mouraria, Madragoa, Castelo, Bica… dos bairros ditos tradicionais. É das pessoas, das gentes! E podem vir elas do Porto, Coimbra, Viseu, Faro, Beja ou até de outro país porque é das gentes minha gente!

Tudo começa com uma porta aberta, ali para a Praça da Flores. Vira-se um caixote de pernas para o ar para servir de mesa. Improvisos de última hora que nos revelam a eficiência e o engenho do freguês. Não há cá espaço para “nove horas” que a malta é desenrascada e o que quer é falar, comer, beber, ver alegria estampada nas caras acabadas de sair de um dia de trabalho.

Na porta aberta da Peixaria Centenária, deseja-se gente e mãos cheias de conversas soltas enleadas pelo entardecer. Depois, pedem-se mais mãos para segurar um pão com sardinha e outras para uma cerveja fresca ou um copo de vinho branco acabado de servir. E vemos as bocas a mexer, a falar, a mastigar enquanto o Rui e o Filipe vão despachando e amanhando o último peixe do dia.

O dia finda mas, não mais precisamos de dizer que os Santos Populares acabam ali, que tudo passou repentinamente num dia de fim de primavera (porque o calor aperta como se fosse verão). A festa será levada em ombros durante mais dias, vários dias até e este, foi só o primeiro.

Vamos a festas?

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(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagem 1: Raquel Félix; Imagem 2: Samanta Velho)