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Empreendedorismo, a que custo?

16 Fevereiro, 2013

As redes sociais são espaço de discussão por excelência.

Os portugueses precisam de “discutir” mais, falar mais, expor mais, pronunciarem-se mais. O texto que se segue surgiu de uma conversa num grupo no Linkedin sobre as várias faces do empreendedorismo.

Fica aqui a visão do António Santos, CEO da TecZero.

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“Há poucos dias andava eu pelo Linkedin e em jeito de comentário a um post da autora deste Blog (Raquel Félix) e fui desafiado pela mesma a escrever uma breve crónica sobre o tema que se debatia…, um tema que anda na moda neste Portugal desorientado, mas onde o seu povo tem genes que os distinguem do resto do mundo.
O tema era o empreendedorismo! Digam lá que não está na moda?
Os políticos deste povo lusitano falam do tema com uma ligeireza e aparente facilidade de aplicação prática, como se, de repente, em cada lar português e, durante o jornal da noite onde passavam um trecho de uma intervenção do Álvaro, numa qualquer faculdade e, durante um simpósio sobre economia…, se ouvisse.

“…caramba, diz o Vitor para a sua esposa Luísa, estou farto da mesma rotina…, esta semana vou mandar o chefe à m(#*#*) e vou pedir a demissão…, finalmente vou seguir os meus sonhos… vou colocar em prática o EMPREENDEDORISMO! 
… hummm vais o quê, diz a Luísa! 
… já te disse vou mandar o chefe à m(#*#*)! Vou ser dono do meu destino e montar o meu negócio! 
…sim pois, e como é que pagamos as contas enquanto montas o negócio…, com esta crise estás a pensar em negócios? 
… querida, não comeces com perguntas tolas…, hoje está tudo muito mais fácil, com a Empresa na Hora e com a experiência comercial que eu tenho…, se eu sou bom a trabalhar para um patrão o que será que me impede de ter SUCESSO a trabalhar para mim? 
…ainda hoje li uma revista onde diziam e é verdade…, o SUCESSO só não o tem quem não o procura e é nos momentos de crise onde estão as melhores oportunidades! 
Portugal está em crise…, e então? Temos de ser visionários…, as oportunidades estão aí! 
…tinham na revista vários exemplos de pessoas que fizeram isto e hoje têm negócios de SUCESSO!”

Caro leitor deste post…, há um erro nesta conversa, consegue ver onde está o erro?

…então…, atenção que o erro não é de ortografia, é de contexto!
Vou dar uma ajuda…,
O erro está em que, e não sei porque raio, nós Portugueses que temos uma queda terrível para o pessimismo,quando se fala de EMPREENDEDORISMO SÓ SE FALA DOS SUCESSOS!
Ainda estou para ver o dia em que uma revista de negócios vai fazer um estudo de quantos empreendedores tiveram de ter muitos insucessos até atingirem o SUCESSO… e quantos tiveram de bater com a cabeça, sangrar, ficar com a roupa suja até terem o merecido SUCESSO. E quantos neste processo ficaram pelo caminho…, mas não perderam os sonhos!
Será que não percebem que a melhor escola que um empreendedor pode ter é a Escola dos Insucessos?

O EMPREENDEDORISMO é uma faca de 2 gumes e neste Portugal o SUCESSO é possível mas difícil a começar por 2 fatores genéticos deste povo…, a INVEJA e o COMODISMO!
… então por favor, vamos EMPREENDER, vamos MUDAR, mas vamos também ser REALISTAS…, o EMPREENDEDORISMO está na moda e na boca dos nossos políticos…

… mas repararam numa ENORME incongruência?
Porque será que todos estes políticos estão a espicaçar o EMPRENDEDORISMO…, enquanto eles próprios querem um lugar BEM BOM no estado ou no parlamento Europeu e já agora para o filhos também?

Nota: Na conversa entre o Vitor e a Luísa…, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência…, no entanto a semelhança com o o autor deste post é enorme e só não se chama Vitor.
O autor deste post é um empreendedor e nem consegue ver a vida sem empreender, criar e inovar (mesmo com o sangue das feridas a escorrer pela testa)!
Sejam PORTUGUESES…, EMPREENDEDORES…, mas muiiiito REALISTAS.
O país precisa de vocês…, e como há 500 anos as oportunidades estão outras vez no mundo global…, mas atenção às diferenças…, hoje as nossas caravelas chamam-se… INTERNET.

Provavelmente podemos ser EMPREENDEDORES NO MUNDO sem ter de sair cá de dentro.”

(Texto: António Santos)