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Mais mimo, por favor

14 Julho, 2013
O espaço público quer mimo

O espaço público quer mimo

Quatro meses volvidos depois do regresso a Lisboa, pergunto-me se a lua-de-mel está a chegar ao fim. De repente, dou por mim a reparar no lixo no chão, ou nas paredes pintalgadas por vândalos que gostariam de ser artistas de grafitti.

Talvez já se me tenha apagado da memória a sujidade absolutamente negligente das ruas da Cidade do Panamá, mas nos últimos dias tenho reparado que há vários bairros da nossa cidade que estão sujos. Os passeios estão cheios de substâncias várias, para além dos suspeitos do costume: aos cocós de cão (donos, onde andam vocês?) juntam-se manchas pegajosas de origem desconhecida. Manchas sobre as quais antigamente alguém mandava um balde de água com detergente, mas hoje parece que essas almas cuidadosas já não têm ânimo, energia ou idade para o fazer.

É pena. E voltamos ao mesmo de sempre: tudo o que temos é mau (e não o cuidamos); tudo o que vem de fora é excelente, e os estrangeiros são todos muito melhores que nós. É outra vez o fatalismo do “país que temos”, quando na verdade este é o “país que fazemos”.

Que caminho há para inverter esta situação? Bem, eu sugiro que sejamos nós a arregaçar as mangas, ou seja, a acção cidadã, que continua a ser a melhor, mais eficaz e expedita para resolver a maioria das situações que queremos mudar.

Proponho o seguinte: esta semana, se virem um papel atirado ao chão, apanhem-no e deixem-no no lixo. Se virem muito lixo, liguem para a Câmara.

Quanto aos horrorosos tags nas paredes, preciso das vossas ideias. Que fazer? Conhecem receitas caseiras para tirar aquela porcaria das paredes? Algum número para onde possamos ligar? Uma carta que possamos escrever à Câmara, alguém a contactar?

Ajudem-me, por favor. É que temos de cuidar o nosso espaço, seja ele Lisboa, Porto, Funchal ou Terceira. Não importa: é nosso, é de todos. E temos de ser nós a fazer algo para que todos possamos viver num espaço mais bonito.

(Texto e imagem: Ana Isabel Ramos)